Essa semana eu me deparei com uma ideia ou uma “técnica” de recorte extremo de uma fotografia, trazendo uma nova visão, uma nova história e uma nova expressão e composição para uma foto já pronta.
Eu acredito que seja mais uma forma de expressão artística do que uma técnica clássica de fotografia (mesmo assim, posso estar errado).
Gosto de usar essa técnica em uma foto já feita do que clicar uma cena já pensando no recorte extremo. Você pode fazer isto? Sim, você pode fazer o que quiser na sua fotografia, mas acho desnecessário. Eu prefiro usar o recorte extremo para reciclar novas fotos em fotos “velhas”. Talvez, pegar aquela foto que está parada, engavetada empoeirando no seu HD ou nuvem, e trazer à ela uma nova visão, uma nova composição, selecionando um novo recorte para aquele clique.
Todo clique é um recorte do mundo. Toda cena clicada é um pequeno grande recorte de um todo. Mas o recorte extremo pode ser uma oportunidade para uma nova comunicação ou expressão.
Acredito que caia bem em uma construção de projeto específico e original.
Criar um estilo de recorte próprio pode ser uma marca de um fotógrafo, sem medo de quebrar as regras clássicas. Há críticos que vão chamar isso de trabalho de preguiçoso ou abstrato demais, que acaba tirando o conceito da fotografia de documentar e registrar uma realidade à sua frente. Mas, acredito que isso é uma das formas de expressar sua arte e sua visão, é como se fosse uma pessoa que consegue observar algo novo dentro de uma sala, onde ninguém está olhando para aquilo. Ou seja, fotógrafos artistas que ousam nesses recortes podem estar só querendo mostrar algo novo que ninguém está olhando, trazendo então uma nova reflexão de algo ou lugar. Ou simplesmente só querem reciclar aquela foto engavetada, que pra mim, também é muito válido.
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| Recorte extremo que eu fiz |
Na foto a cima está um recorte extremo de uma cena inteira que eu tirei da praia de Santos. Um recorte que eu isolei um canto da foto, trazendo detalhes visuais, texturas evidentes, emoções e narrativas que muitas vezes passam despercebidas.
E abaixo está a foto original.
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Foto original do recorte extremo mostrado a cima. |
A minha foto original da praia já era bela, porque não tirei ela pensando no recorte extremo e sim construí a composição dela para que ela fosse boa por si só. Porém, por algum motivo, não senti de compartilhar ela, mas ao revê-la nos meus arquivos, decidi aplicar o recorte extremo pra ver o que poderia extrair de novo dessa foto e gostei muito do resultado.
Em tempos de redes sociais saturadas por padrões visuais repetitivos — filtros, proporções perfeitas, montagens padronizadas — recortes ousados oferecem uma alternativa refrescante. Em vez de buscar a perfeição técnica ou repetir fórmulas consolidadas, o recorte extremo encoraja a inspiração criativa, encontrando novas histórias em fotos já feitas e traz uma subversão da vaidade visual que é encontrada nos feeds.
Nem toda fotografia precisa ser compartilhada, as vezes só vale o sentimento de ter fotografado aquela cena e vivido aquele momento, do que necessariamente compartilhar tudo. Mas, toda fotografia em algum momento merece uma segunda chance de ser observada de novo e reconstruída se possível, trazendo à ela, um novo sentimento.
Experimente pegar aquela foto antiga que está guardada nos seus arquivos e dar uma nova visão pra ela.
Eu fico por aqui. Obrigado.


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