Imensidão: O sonho do pequeno grande guri

Dizem que as cadeias estão cheios de sonhos, e que as vezes não sonhar é melhor.
As vezes não sei o que sonhar, ou se sei sonhar.
Caminhar por asfalto quente, calçadas emburacadas e afins, faz parte da vida e da minha vida. Realizações sempre vem com trabalho, dedicação, força de vontade, verdade, amor e tudo aquilo que tu acha que vale a pena ser introduzido no seu processo de realização.
Minhas ambições são consideráveis pequenas, num resultado pessoal gigantesco.
Quando me perguntam quais o meus maiores sonhos para a vida, muitas vezes não sei lidar, mas, penso que meu sonho, é conseguir um dia jogar toda minha expressão de amor por aquilo que gosto e que é verdadeiro, num tom alto de vibrações, tons e batidas, possibilitando e permitindo-me entregar e deixar esse furacão de sentimentos, momentos e emoções me levar.

Já pensei em fazer listas de desejos/sonhos, e talvez essa lista seria mais lista de "pequenos momentos da vida que gostaria de viver" ou lista de "pequenos momentos significativos de xícara de café que gostaria de viver", do que uma lista de desejos mesmo. Não sei dizer até então, mas, hoje busco momentos reais, nem que sejam de curto prazo, mas que permitam a vida simplesmente viver só por causa dos momentos vividos. - ficou estranho isso? - Um dia faço uma lista de sonhos e aventuras futuras.

Mas uma coisa penso, sonho e desejo: que o plugar do meu violão na linha, o testar do microfone com o retorno, o tocar sutil dos primeiros acordes, o barulho da minha respiração e dos corações de todos no ambiente, o ficar no meio da galera, suar com eles, as luzes dos holofotes no meu rosto suado e expressado, o som arrebatador das vozes da galera cantando, o eu não sabendo cantar perfeitamente no microfone, e a verdade, o amor, o sentimento, a tristeza, a alegria e a vida sendo cantada naquele pequeno espaço, com os sons dos instrumentos e das cordas vocais subindo até bater no teto e voltando até bater nos nossos corações, e o cantar das estrelas, me façam ir além de eu mesmo, e dos meus limites.

Tudo isso, se resume na música. E a música é uma coisa única, assim como cada ser vivo, mas ela tem o poder de unir vidas, descrever histórias, libertar assim como se liberta um passarinho da gaiola, chorar, ser uma válvula de escape, nos permite dizer o que não conseguimos dizer muitas vezes e muitas outras coisas pessoais e momentos únicos para cada um.

Por fim, este é um dos pequenos sonhos de resultado pessoal gigantesco do pequeno grande guri. E eu ainda quero acordar de manhã cedo, tomar café, abrir a porta e continuar vivendo os momentos simples que trazem a imensidão.

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